Com quatro meses de blog, devo exaltar a façanha de não ter feito até aqui um post sequer sobre futebol, sobre Flamengo. A minha resistência (que, diga-se, não foi forçada) acaba aqui, e eu vou tentar contar a história da minha maior paixão. Ou das minhas maiores paixões: futebol e Flamengo. As duas histórias juntas. Até pensei em separar, mas não dá pra contar uma sem contar a outra.
Não sei como nem quando me tornei flamenguista. Mas sei por que me tornei flamenguista. Minha família quase inteira, por parte de pai, torce para o Flamengo. Eu apenas fiz o meu dever de levar a paixão adiante.
Meu pai não é muito ligado em futebol. Aliás, pouca gente da família é. E eu nunca tive, quando criança, muito interesse em assistir aos jogos na TV. Era quando meu pai assistia, o que era raro. E era “uhul Flamengo jogou tchau vou brincar”, nem me importava com campeonato, com nada disso.
E, ao mesmo tempo, eu não gostava de futebol. Como eu falei no meu primeiro post aqui, eu ficava na biblioteca da escola durante os intervalos. Eu gostava de Handebol, jogava só na aula de Educação Física, e era horrível. Basquete, vôlei e futebol, eu só tentava.
Tudo isso começou a mudar no fim de 2001, quando, sabe-se lá por quê, eu decidi começar a jogar de vez em quando nos intervalos. E, no ano seguinte, o Brasil ganhou a Copa. Tenho boas lembranças dos jogos, que aconteciam de madrugada, ou de manhã. Passei a dar mais chances pro futebol, e a jogar (mal) mais na escola.
Apesar de 2002 ter ajudado a mudar as coisas, só comecei a assistir jogos mesmo no meio de 2003. E nem me liguei tanto no Flamengo, apesar de torcer, ver quanto foi o jogo, a posição na tabela (mas só de vez em quando). Lembro bem da minha primeira tristeza com o Flamengo: a derrota para o Cruzeiro na final da Copa do Brasil. E, naquele ano, quando o Cruzeiro foi avassalador e ganhou também o Campeonato Brasileiro, eu só me importei, na última rodada, em ouvir no rádio do carro dos meu tios, em Santos, o Flamengo ganhar do São Paulo no Morumbi com dois gols do Edilson, e conquistar um maravilhoso 8º lugar.
Foi aí que tudo começou (tá, agora de verdade). Em 2004 eu já aprendi o que era Copa São Paulo, fui ver jogo em Taubaté, descobri que o Taubaté tinha sido campeão da série A-3 do Campeonato Paulista, que disputaria a A-2, e poderia subir pra A-1 e jogar contra Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo. Acompanhei tudo o que me interessava, de ponta a ponta.
E, nesse mesmo ano, algumas coisas ficaram marcadas: em abril, vi o primeiro título do Flamengo, conquistado num clássico contra o Vasco. Em junho, o Flamengo conseguiu perder a Copa do Brasil para o Santo André, num Maracanã lotado. Podendo empatar por 0x0 e 1x1, perdeu de 2x0. Foi a primeira vez que chorei por causa de futebol, tamanho era o ridículo da situação. Em outubro, eu tentava descobrir um jeito de acompanhar Flamengo x Santos numa quarta-feira à noite, quando vi, pela TV, o Abel Neto aparecendo durante Criciúma x Corinthians para anunciar que o zagueiro Serginho, do São Caetano, tinha falecido. No dia seguinte a esse, fui, pela primeira vez, jogar futebol na Escola do São Paulo, em Taubaté. Em novembro e dezembro, vi o fim da saga do Flamengo para escapar do rebaixamento no Brasileiro. E, para somar-se ao Flamengo e ao Taubaté, conheci o futebol internacional. Graças a um cara chamado Ronaldinho Gaúcho, que estava jogando tudo e mais um pouco, passei a torcer também pelo Barcelona.
O Flamengo conquistou, desde esse fatídico 2004, uma Copa do Brasil, em 2006, um tricampeonato Carioca em 2007, 2008 e 2009, e o último Campeonato Brasileiro, a minha maior alegria no futebol até hoje. Mas me causou, em 2005, um sofrimento pior que o de 2004, e três eliminações vergonhosas na Libertadores (uma delas valeu uma crise nervosa, em 2008). Tudo bem, faz parte. Do Barcelona eu ganhei tudo que poderia. E o Taubaté, apesar de dois rebaixamentos e alguns papelões, me deu a oportunidade de assistir ao fim de jogo mais emocionante que eu já vi, com direito a estar a poucos metros de um gol decisivo aos inimagináveis 54 minutos do segundo tempo.
A Escola do São Paulo mudou de time, virou Santos, em 2005. Não saí de lá até hoje, porque não vi motivo para deixar de fazer a coisa que eu mais gosto de fazer, que é jogar futebol. É quando eu me sinto bem, quando eu esqueço todas as coisas chatas que eu preciso fazer. Tá, eu também jogo toda sexta à noite, mas uma coisa não exclui a outra.
Não, toda essa história de como eu comecei a gostar de futebol, do Flamengo, do Taubaté e do Barcelona não explica o grau em que a paixão chegou. Porque não dá pra explicar. Só dá pra sentir.
Manolo! Juro que não entendi metade do que vc falou nesse post, mas deu pra ver porquê vc nao quis sair aquele dia que fui te buscar na sua casa e vc tava vendo jogo hahahahahhahah
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