terça-feira, 30 de novembro de 2010

Como foi 2010?


Depois de escrever 9 coisas sobre mim, aqui estou eu, 2 meses depois, trazendo mais um "meme" indicado pela Isa. Mas dessa vez, isso implica necessariamente em mudar o ritmo de posts do blog. Foram 4 posts em julho, no nascimento do "Eh bien". Só 2 em agosto, 6 em setembro, 4 em outubro, e agora mais 4 em novembro, contando com esse.

Se eu seguir o meme à risca, postarei no mínimo 31 vezes em dezembro.

Bom, o meu papel hoje é explicar no que consiste essa história, pra começar amanhã. Lá vai:

Eu basicamente tenho que postar em todos os dias do mês. Seguindo a programação abaixo, que, eu explico, não foi feita por mim. Terei que fazer algumas pesquisas, pra saber ao menos quem é Heleninha Roitman.

Dia 01/12 – Peraí... 2010 tá acabando?
Dia 02/12 – Mas 2010 ainda não acabou, ainda vou tentar...
Dia 03/12 – Meu filme preferido em 2010
Dia 04/12 – Meu site/blog preferido em 2010
Dia 05/12 – Um vídeo do YouTube em 2010
Dia 06/12 – Meu livro favorito em 2010
Dia 07/12 – Meu parceiro/a de 2010
Dia 08/12 – Meu lugar preferido em 2010
Dia 09/12 – Meu show preferido de 2010
Dia 10/12 – Minha música favorita em 2010
Dia 11/12 – Minha compra de 2010
Dia 12/12 – Meu pior dia de 2010
Dia 13/12 – Meu melhor dia de 2010
Dia 14/12 – Em 2010 eu pela primeira vez...
Dia 15/12 – Em 2010 eu pensei em fugir para...
Dia 16/12 – Em 2010 eu tentei...
Dia 17/12 – Em 2010 eu consegui...
Dia 18/12 – Em 2010 tive inveja de...
Dia 19/12 – Em 2010 eu quase...
Dia 20/12 – Em 2010 eu descobri que...
Dia 21/12 – Em 2010 eu quis matar...
Dia 22/12 – E o troféu vergonha alheia de 2010 vai para...
Dia 23/12 – E o troféu me mata de orgulho de 2010 vai para...
Dia 24/12 – Meu momento "Eu sou Ryka" em 2010 foi...
Dia 25/12 – Meu momento "Heleninha Roitman" em 2010 foi...
Dia 26/12 – Meu momento "Paola Bracho" em 2010 foi...
Dia 27/12 – Meu momento "Carla Perez" em 2010 foi...
Dia 28/12 – O problema de 2010 foi...
Dia 29/12 – O bom de 2010 foi...
Dia 30/12 – Uma foto minha em 2010
Dia 31/12 – E 2011?
 
Já faço questão de explicar hoje mesmo que talvez fale mais do que o necessário em alguns posts, e talvez não tenha muita coisa pra falar em outros. Mas vou tentar seguir o planejamento, a princípio. Se eu não tiver acesso à internet em algum dia, farei o possível pra postar mais de uma vez no dia anterior ou no seguinte a esse.
 
Acompanhem aí. Será um prazer ter vocês aqui lendo meus posts.
 
Quem ainda não entrou na brincadeira, fiquem tranquilos que dá tempo.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A emoção do futebol

Na noite de quarta-feira o Palmeiras perdeu para o Goiás por 2 a 1, no Pacaembu, e foi eliminado da Copa Sul-Americana, podendo empatar o jogo ao lado de sua torcida. Você que acompanha futebol entende perfeitamente o que aconteceu. Você que não acompanha provavelmente tá se lixando pra isso. Mas o que eu quero falar é algo muito maior do que a vitória do Goiás ou a derrota do Palmeiras: quero falar dos sentimentos dos torcedores.


As imagens que as câmeras da Globo e do Sportv (não sei se a Band também) flagraram de um garotinho chorando após o 2º gol do Goiás foram parar na capa do jornal Lance! de quinta-feira. A emoção do garotinho lembra a da foto de Reginaldo Manente que estampou a capa do Jornal da Tarde no dia seguinte à eliminação da seleção brasileira na Copa de 1982, quando o time canarinho perdeu por 3 a 2.


O que você vê num torcedor? Alegria, exaltação, tristeza, toda espécie de sentimentos. Tudo vem à tona em 90 minutos, e nos minutos anteriores e seguintes a eles. Não é simplesmente assistir a 22 marmanjos correndo atrás de uma bola, como a galera que odeia futebol adora não mudar o discurso e dizer sempre a mesma coisa.

No momento em que eu vi aquele menino chorando pela derrota do Palmeiras, eu pensei: 'caramba, que bom que eu gosto de futebol'. Não foi uma coisa feia, não é vergonha pra ninguém chorar por causa de futebol. Eu espero sinceramente que ele se orgulhe de ser palmeirense pro resto da vida. Se os outros pensam que não vale a pena chorar por isso, o problema é deles. Se pensam que não vale a pena comemorar por uma vitória, o problema também é deles. Não condeno quem não sente prazer em apreciar o futebol. Condeno apenas quem julga aqueles que se permitem emocionar com ele.

Como contei nesse post, chorei duas vezes por causa de futebol, ambas pelo Flamengo. E, para exemplificar o que eu disse, vou contar as duas histórias.

A primeira vez foi em 2004. Final da Copa do Brasil, Flamengo embalado, pegava o Santo André, que na época estava na série B e era a mesma coisa que nada. No primeiro jogo, em São Paulo, empate em 2x2. Isso dava a chance ao Flamengo de empatar o jogo no Maracanã em 0x0 ou 1x1. Perdemos. Com 70 mil pessoas no estádio, perdemos. Fiquei bravo, chorei um pouco, e fiquei com vergonha.

O meu grande problema foi em 2008. O Flamengo estava nas oitavas-de-final da Libertadores, e o adversário era o América do México. No intervalo entre as duas partidas, foi bicampeão carioca, depois de ganhar o jogo no México por 4x2. Pra quem não sabe, num campeonato como a Libertadores, assim como na Copa do Brasil, o gol fora de casa é decisivo. Nesse caso, o Flamengo tinha dois gols de vantagem, e 4 gols fora de casa. Para um time que teria a torcida inflamada pelo título estadual no jogo de volta e poderia perder até por 2x0 ou 3x1, a classificação parecia certa. Eu mesmo fiz a cagada de dá-la como certa. Pretendia viajar pra Santos, onde o Flamengo poderia jogar nas quartas-de-final. Mas, no dia 7 de maio, tinha o jogo de volta.

Teve confusão no trânsito do Rio, o time chegou em cima da hora no estádio.  Festa para o Joel Santana, que estava se despedindo do time. Ninguém se lembrava da presença do América. Até o jogo começar. Aos 20 minutos do 1º tempo, um gordinho paraguaio chamado Cabañas chutou, a bola desviou no meio do caminho, e encobriu o goleiro Bruno. 1x0. "E daí, né?", eu pensei. Eu podia pensar assim, a torcida podia pensar assim, o Flamengo não. Mas pensou.

Naquela quarta-feira, todo mundo queria saber da prisão do casal Nardoni. Menos a torcida do Flamengo, ainda mais naquele momento. A Globo não estava nem aí, e dividiu a tela em duas partes. Enquanto qualquer repórter dava as informações que eu não queria ouvir, o Flamengo levava o segundo gol. Fiquei preocupado. O tempo passou. O segundo tempo veio. Meus pais vieram assistir o fim do jogo comigo. O Flamengo perdia gols, e não podia levar mais um. E eu comecei a ficar nervoso, porque pra mim estava muito claro que aquele time ia tomar o terceiro gol que seria o golpe faltal.


E tomou. Faltando 15 minutos para o fim da partida, aquele mesmo gordinho filho da puta cobrou uma falta de muito longe, a bola desviou na barreira e entrou. Fiquei paralisado, desesperado, mas sem sair do lugar. Faltou ar. O jogo acabou, e eu comecei a chorar compulsivamente. Meus pais ficaram preocupados, falaram que "futebol não é pra isso", e coisas do gênero. Mas, no fundo, eu sabia que era, infelizmente. Disse a eles que não iria na aula no dia seguinte, e não fui. Fui pra cama, e demorei horas pra dormir. A tristeza demorou dias pra passar. Não abandonei o Flamengo, nem pensei nessa possibilidade. E não descartaria aquele momento, porque pra mim foi uma experiência. Ruim, mas uma experiência.

Hoje eu estou contando a minha maior tristeza na minha vida como torcedor de futebol, e provavelmente é a mesma de muitos. Só pra mostrar como o futebol é capaz de provocar sensações impressionantes pra algo que é tratado muitas vezes como algo irrelevante e com uma indiferença que não merece.  Poderia ter contado a minha maior alegria. Poderia ter contado muitas outras. E não vejo como não encerrar com a frase do comentarista Mauro Cézar Pereira, da ESPN Brasil:

"O futebol é assim, ensina desde cedo o que é euforia extrema e sofrimento profundo. É aula de vida. E é por essas e outras que nós adoramos isso.

E nunca é demais lembrar: melhor do que vencer é ter um time pelo qual torcer."

Pra quem não teve a oportunidade de ver a atrocidade que foi Flamengo 0x3 América (MÉX), veja (com o famoso "A bola pune" do Muricy Ramalho no final):

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Preferencial ou exclusivo?

Não sei vocês, mas, quando eu entro num ônibus, eu gosto de ir confortavelmente sentado, principalmente se eu estiver lendo um livro, ou simplesmente não quiser ficar em pé. Às vezes, ficar em pé é pior pro fluxo de passageiros no ônibus, se ele estiver cheio. E muita gente acha legal ficar em pé, muitas vezes bloqueando a porta, a catraca, ou aquela cadeira que fica dobrada na lateral do ônibus.

A questão que eu quero colocar aqui é a dos assentos preferenciais nos ônibus e nos metrôs. Eles são preferenciais, não é? Preferencial quer dizer, nesse caso, que a prioridade é dada aos idosos, às gestantes, aos deficientes, e aos adultos com crianças de colo. E por que insistem em achar que é exclusivo a essas pessoas? Vamos lá, eu quero imagens. Põe na tela!


Opa, não essa, a outra.


Vamo lá, acompanhem comigo a leitura do aviso, no mesmo "Caps Lock" em que ela foi escrita: ASSENTO PREFERENCIAL PARA OBESOS, GESTANTES, PESSOAS COM BEBÊS E COM CRIANÇAS DE COLO, IDOSOS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA. Agora, atenção na próxima frase: AUSENTES PESSOAS NESSAS CONDIÇÕES, O USO É LIVRE. Mais uma vez? AUSENTES PESSOAS NESSAS CONDIÇÕES, O USO É LIVRE. E por que, então, quando eles estão desocupados, as pessoas se recusam a ocupá-los? POR QUÊ?

O descaso com a cadeira lateral dos ônibus vai pelo mesmo caminho: o assento é preferencial para pessoas com deficiência visual acompanhadas com cão guia. Com que frequência você vê pessoas assim entrando num ônibus? Provavelmente com a mesma que eu. Eu sento lá e abro meu livro como se não houvesse amanhã (sempre me sentindo a única pessoa no mundo com coragem suficiente pra puxá-la da "parede"), a não ser que chegue um cego acompanhado de cão guia, é claro.


Bom, sinceramente, eu não gosto de ceder meu lugar. Muito menos se eu não estiver no assento preferencial, e aquele que couber ao "beneficiado". Sim, sou estranho, sou egoísta, mas eu não gosto. Pra mim, a maioria desses "beneficiados" pelos assentos preferenciais pode perfeitamente continuar em pé. Mas o que me irrita mesmo é quando eu estou sentado - em qualquer assento - antes da catraca, e sempre recebo olhares de censura, como se fosse proibido sentar ali. Um dia desses, eu estava lendo no assento (livre) ao lado da cadeira lateral, que estava vazia. O ônibus lotando, e a coitada da cadeira esquecida lá. Nisso, estavam em pé, ao meu lado, um cara de uns 30 anos, e um idoso. Tive que aguentar os dois me olhando como se eu estivesse comendo ovo, arrotando e assoprando na cara deles, dava pra sentir o ódio. Eu entenderia (e continuaria sem ligar, pra ser honesto, porque outras pessoas estavam sentadas nos assentos preferenciais e poderiam ceder seus lugares) se a cadeira lateral não estivesse vazia.

Só queria entender essas coisas, porque talvez eu tenha interpretado mal os avisos. Por que ninguém senta nos assentos preferenciais se eles são preferenciais, e não exclusivos? É melhor pra todo mundo, pra quem sentar e pra quem sobrar. E não fiquem olhando pra mim, atrapalha minha leitura.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Minhas maiores paixões

Com quatro meses de blog, devo exaltar a façanha de não ter feito até aqui um post sequer sobre futebol, sobre Flamengo. A minha resistência (que, diga-se, não foi forçada) acaba aqui, e eu vou tentar contar a história da minha maior paixão. Ou das minhas maiores paixões: futebol e Flamengo. As duas histórias juntas. Até pensei em separar, mas não dá pra contar uma sem contar a outra.


Não sei como nem quando me tornei flamenguista. Mas sei por que me tornei flamenguista. Minha família quase inteira, por parte de pai, torce para o Flamengo. Eu apenas fiz o meu dever de levar a paixão adiante.

Meu pai não é muito ligado em futebol. Aliás, pouca gente da família é. E eu nunca tive, quando criança, muito interesse em assistir aos jogos na TV. Era quando meu pai assistia, o que era raro. E era “uhul Flamengo jogou tchau vou brincar”, nem me importava com campeonato, com nada disso.

E, ao mesmo tempo, eu não gostava de futebol. Como eu falei no meu primeiro post aqui, eu ficava na biblioteca da escola durante os intervalos. Eu gostava de Handebol, jogava só na aula de Educação Física, e era horrível. Basquete, vôlei e futebol, eu só tentava.

Tudo isso começou a mudar no fim de 2001, quando, sabe-se lá por quê, eu decidi começar a jogar de vez em quando nos intervalos. E, no ano seguinte, o Brasil ganhou a Copa. Tenho boas lembranças dos jogos, que aconteciam de madrugada, ou de manhã. Passei a dar mais chances pro futebol, e a jogar (mal) mais na escola.

Apesar de 2002 ter ajudado a mudar as coisas, só comecei a assistir jogos mesmo no meio de 2003. E nem me liguei tanto no Flamengo, apesar de torcer, ver quanto foi o jogo, a posição na tabela (mas só de vez em quando). Lembro bem da minha primeira tristeza com o Flamengo: a derrota para o Cruzeiro na final da Copa do Brasil. E, naquele ano, quando o Cruzeiro foi avassalador e ganhou também o Campeonato Brasileiro, eu só me importei, na última rodada, em ouvir no rádio do carro dos meu tios, em Santos, o Flamengo ganhar do São Paulo no Morumbi com dois gols do Edilson, e conquistar um maravilhoso 8º lugar.

Foi aí que tudo começou (tá, agora de verdade). Em 2004 eu já aprendi o que era Copa São Paulo, fui ver jogo em Taubaté, descobri que o Taubaté tinha sido campeão da série A-3 do Campeonato Paulista, que disputaria a A-2, e poderia subir pra A-1 e jogar contra Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo. Acompanhei tudo o que me interessava, de ponta a ponta.

E, nesse mesmo ano, algumas coisas ficaram marcadas: em abril, vi o primeiro título do Flamengo, conquistado num clássico contra o Vasco. Em junho, o Flamengo conseguiu perder a Copa do Brasil para o Santo André, num Maracanã lotado. Podendo empatar por 0x0 e 1x1, perdeu de 2x0. Foi a primeira vez que chorei por causa de futebol, tamanho era o ridículo da situação. Em outubro, eu tentava descobrir um jeito de acompanhar Flamengo x Santos numa quarta-feira à noite, quando vi, pela TV, o Abel Neto aparecendo durante Criciúma x Corinthians para anunciar que o zagueiro Serginho, do São Caetano, tinha falecido. No dia seguinte a esse, fui, pela primeira vez, jogar futebol na Escola do São Paulo, em Taubaté. Em novembro e dezembro, vi o fim da saga do Flamengo para escapar do rebaixamento no Brasileiro. E, para somar-se ao Flamengo e ao Taubaté, conheci o futebol internacional. Graças a um cara chamado Ronaldinho Gaúcho, que estava jogando tudo e mais um pouco, passei a torcer também pelo Barcelona.


O Flamengo conquistou, desde esse fatídico 2004, uma Copa do Brasil, em 2006, um tricampeonato Carioca em 2007, 2008 e 2009, e o último Campeonato Brasileiro, a minha maior alegria no futebol até hoje. Mas me causou, em 2005, um sofrimento pior que o de 2004, e três eliminações vergonhosas na Libertadores (uma delas valeu uma crise nervosa, em 2008). Tudo bem, faz parte. Do Barcelona eu ganhei tudo que poderia. E o Taubaté, apesar de dois rebaixamentos e alguns papelões, me deu a oportunidade de assistir ao fim de jogo mais emocionante que eu já vi, com direito a estar a poucos metros de um gol decisivo aos inimagináveis 54 minutos do segundo tempo.


A Escola do São Paulo mudou de time, virou Santos, em 2005. Não saí de lá até hoje, porque não vi motivo para deixar de fazer a coisa que eu mais gosto de fazer, que é jogar futebol. É quando eu me sinto bem, quando eu esqueço todas as coisas chatas que eu preciso fazer. Tá, eu também jogo toda sexta à noite, mas uma coisa não exclui a outra.

Não, toda essa história de como eu comecei a gostar de futebol, do Flamengo, do Taubaté e do Barcelona não explica o grau em que a paixão chegou. Porque não dá pra explicar. Só dá pra sentir.