quarta-feira, 11 de maio de 2011

Relatos alviazuis, parte I: a primeira fase

Inicialmente, escreveria tudo em apenas um post, mas o texto ficou grande demais, e precisei dividir em três partes.

No último domingo, o Esporte Clube Taubaté foi derrotado pelo Velo Clube, jogando fora de casa, pela série A-3, e perdeu a chance de disputar a série A-2. Esse foi o fim de uma saga de quase quatro meses, de viagens, de idas e vindas e de provas de amor do torcedor taubateano.

A história que eu vou contar nada mais é do que a minha história com o Taubaté nesses meses. Apenas um caso de amor de um torcedor por um clube. Poderia ser a sua história, poderia ser a história de qualquer um que faz parte dessa torcida, que descobri ser a mais apaixonada que já conheci.

Era um sábado, meados de janeiro, e eu estava numa pousada em Maceió. Mesmo assim, estava preocupado com uma partida que aconteceria muito longe dali, em Itapira, no interior de São Paulo. Encontrei na internet, com um fraco sinal 3G, uma rádio que transmitiria a partida entre Itapirense e Taubaté, pela primeira rodada da série A-3. Aos trancos e barrancos, tanto no jogo quanto na conexão, o primeiro tempo terminou: 0x0, e fui obrigado a deixar o hotel e o notebook de lado. Continuei, insistente, com o celular na mão, acompanhando o tempo real no Twitter. Comemorei silenciosamente o gol  da vitória, marcado pelo ídolo taubateano Gilsinho, nos minutos finais.

Taubaté 1x0 Paulínia - a torcida compareceu, mesmo com estádio interditado
Na semana seguinte, ainda longe de Taubaté, não pude acompanhar a épica partida entre Taubaté e Paulínia, no Joaquinzão. Gilsinho fez de novo, outra vez nos minutos finais, e garantiu mais uma vitória por 1x0. Mas o que me faz escolher esta dentre as partidas que perdi e que gostaria de estar presente é a prova de amor que a torcida taubateana deu ao clube. Com o estádio interditado, ela subiu até a linha do trem, e, atrapalhada pelas árvores do Joaquinzão, assistiu ao jogo em condições precárias.

Na sexta rodada, com o Taubaté jogando bem e com a sorte ao seu lado, a torcida se mobilizou e foi à rua Javari assistir ao jogo contra o Juventus, num sábado à tarde. Pela primeira vez no ano, tive a oportunidade de comparecer a um jogo do time, e pela primeira vez na vida fui a um jogo do Taubaté fora de casa. Não vi gols, mas vi um bom jogo.

Juventus 0x0 Taubaté - A torcida comparece em peso à Rua Javari
Duas rodadas depois, fui pela primeira vez ao Joaquinzão em 2011. Depois de mais uma vitória, o jogo era contra o Taboão da Serra, que brigava contra o rebaixamento. A partida foi difícil, e terminou empatada em 1x1. Mas saí feliz do estádio, por ter levado comigo uma companheira, que esteve comigo nessa jornada, a partir daquele jogo: minha mãe. Nunca tinha visto um jogo do Taubaté ao lado dela, e agora espero que ela continue me acompanhando.

O primeiro turno terminou com o Taubaté na ponta da tabela, e o segundo começou prometendo fortes emoções. No sábado de Carnaval, com uma chuva ininterrupta e uma arbitragem horrorosa no Joaquinzão, o Taubaté cedeu o empate à Itapirense nos acréscimos: 1x1. Depois deste jogo, faltei à caravana contra o Paulínia - e me arrependi depois, já que vencemos por 2x1. E faltei também a uma aula para ir a Taubaté numa quarta-feira à tarde: mais chuva e derrota para o Velo Clube por 1x0, numa falha do goleiro e ídolo Gisiel.

Eis que, no fim de semana seguinte, numa loucura de idas e vindas, fui para Osasco, peguei metrô, trem e ônibus, e cheguei ao... CT do Grêmio Osasco. Quase na hora do jogo. Não ouvi sons de torcida, mas bati no portão. O porteiro me atendeu e estava me explicando como fazer para chegar ao estádio (do outro lado da cidade), quando dois carros entraram. Em um deles, um jogador de categorias de base do time; no outro, um jogador profissional que estava no departamento médico, e que me ofereceu carona. Não contei que era torcedor do Taubaté, com medo de ser deixado no meio do caminho, e terminei entrando no estádio de graça e ficando na torcida do Taubaté. Infelizmente, perdemos o jogo e a liderança, nos minutos finais.

Daí em diante, um período assustador. Empate com o lanterna Barueri, em casa. Derrota para o Juventus, em casa - mais uma vez no fim do jogo. E derrota para o Flamengo, numa quarta-feira à tarde, em Guarulhos. Nesse jogo, mais uma vez fui por conta própria (e acertei o caminho). Poucos torcedores taubateanos conseguiram comparecer, e mesmo assim não foram recompensados.

Com a classificação a perigo, a torcida viajou novamente, no domingo seguinte, desta vez para Taboão da Serra. E de lá trouxemos um empate, que nos deu a oportunidade de decidir em casa, contra a Inter de Limeira. Se não vencêssemos, estaríamos fora. O Joaquinzão, lotado pela primeira vez no ano, veio abaixo quando o grandalhão Creedence marcou o gol da vitória suada sobre os limeirenses. Enfim, com muitas dificuldades, como sempre, alcançamos nosso primeiro objetivo.

Continua...

Parte II
Parte III

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