domingo, 27 de fevereiro de 2011

"And the Oscar goes to..."

Descobri na semana passada, sentindo na pele, como as pessoas podem mudar, e rápido, de opinião. No caso, eu me lembro de dizer que o Oscar é uma cerimônia irrelevante. Inclusive acho que a opinião da Academia representa muito pouco perto do que o público em geral representa. Mesmo assim, não acho mais tão irrelevante, claro que não é. Pra minha vida é, mas pra de alguém que ama cinema ou que vive dele, jamais.


E eu julguei o Oscar dessa maneira porque entendo pouco de cinema, e nunca fui de criticar filmes. Tenho uma tendência a achar que qualquer filme é ótimo e que a maioria das atuações são maravilhosas, a ser "maria-vai-com-as-outras" seguir opiniões de gente que entende, e por aí vai.

A lista dos indicados saiu há algumas semanas, e me atraiu, coisa que nunca tinha acontecido antes. Na época, tinha assistido a três entre os dez melhores filmes, e queria conferir "Cisne Negro". E fui. E ouvi falar bem de um ou outro, baixando, assistindo, e quando me dei conta, faltavam dois ou três para que, pela primeira vez na minha vida, eu conhecesse todos os filmes indicados ao Oscar (na categoria "Melhor Filme", claro). Não perdi a oportunidade, e, mesmo sem saber muita coisa, resolvi criticar. E, pra não se perder no que eu disser, confiram a lista de todos os indicados em todas as categorias aqui.

Antes de tudo, vou fazer uma reclamação sobre a birra da Academia com "A Origem". Mesmo indicado ao prêmio mais cobiçado, o diretor Christopher Nolan não foi lembrado, assim como Leonardo DiCaprio. Jesse Eisenberg foi bem? Foi. Jeff Bridges foi bem? Sim (eu avisei, eu não sei criticar). Mas nenhum dos dois o passou pra trás. Isso pra não falar nos atores coadjuvantes.

Dito isso, depois de assistir aos dez melhores filmes do ano, na visão da Academia, preparei um ranking com todos eles, com uma sinopse rápida (menos de um tweet - 140 caracteres), e uma rápida análise, misturando um pouco o que eu torço com o que eu acho que vai acontecer. Lembrem-se: eu não sei nada de cinema, apenas analisei como uma pessoa (quase) normal.

10º - Toy Story 3

Sinopse: Andy vai para a faculdade, e seus brinquedos acabam indo para uma creche. Lá, eles não recebem o carinho que esperavam.


Não, não coloquei "Toy Story" no último lugar porque não gostei do filme. Muito longe disso, o filme é o melhor da trilogia da Pixar, e, ainda que outros da lista possam ter sido melhores, criticamente falando, foi o único que realmente me encantou. Mas deve ganhar como melhor animação, e por isso eu, talvez injustamente, o desconsidero na disputa de melhor filme.

9º - Bravura Indômita

Sinopse: O pai de uma garota é assassinado. Ela resolve se vingar do assassino, e procura ajuda para encontrá-lo.


Não gostei. Ouvi falar bem do filme, e não correspondeu às minhas expectativas. O desenrolar da história é monótono, e me deu sono. Se foi dessa forma, que o final fosse mais animador. Mas não foi. (Se gostaram, não me xinguem. Consegui falar mal de um filme, olhem só.)

8º - Inverno da Alma

Sinopse: Garota de sorte tem que cuidar dos irmãos porque a mãe é doente. O pai, preso, vendeu a casa para sair da prisão. Ela vai procurá-lo.


Mais um filme monótono. Mas a atriz principal é brilhante, e mereceu a indicação que recebeu ao prêmio de melhor atriz. O papel dramático pode ter ajudado, mas ela o desempenhou de forma incontestável.

7º - A Rede Social

Sinopse: A saga do cara que criou o Facebook e de como ele ganhou toneladas de dinheiro e de processos.


Abaixem as armas. E me desculpem por não ter gostado tanto do filme. Não sei exatamente o porquê, mas não me conquistou. Foi muito bem feito, só não acho que mereça vôos mais altos. Talvez até consiga, não duvido disso.

6º - 127 Horas

Sinopse: Alpinista cai numa fenda, e uma pedra prende seu braço direito. Durante alguns dias, ele se diverte com sua câmera e seus pensamentos.


Não é exatamente o tipo de filme que eu gosto. E eu acabei gostando, e só por isso já merece aplausos. E eu recomendo, a quem julga o filme da mesma forma que eu julguei ("E ele fica o filme inteiro lá parado?"), que assista.

5º - O Vencedor

Sinopse: Lutador é treinado pelo irmão, que não se deu bem na carreira por conta das drogas. Com o apoio da família e da namorada, ele tenta vencer.


É, sem dúvidas, um filme sensacional. Inclusive acho que o Mark Wahlberg merecia uma indicação. Em compensação, os coadjuvantes se destacaram, e não devem sair de mãos abanando. (Se o Mark Wahlberg não foi tão bem assim, percebam vocês como eu sou um ótimo crítico)

4º - Minhas mães e meu pai

Sinopse: Filhos de um casal de lésbicas buscam o homem que doou sêmen para a inseminação de ambos. Ele os conhece, e acaba mudando a vida da família.


Foi o que mais me surpreendeu positivamente. Não esperava um filme tão bom. Infelizmente, não deve confirmar nenhuma das indicações.

3º - Cisne Negro

Sinopse: Bailarina é escolhida para o papel principal de "O Lago dos Cisnes". Depois disso, ela se vê "perseguida" por sua personagem.


É um filme perturbador. E é irritante como te deixa tenso. E como a Natalie Portman foi... perfeita.

2º - O Discurso do Rei

Sinopse: Um dos filhos do Rei é gago, e sua mulher o leva para um fonoaudiólogo. Relutante, ele vai, e acaba criando uma amizade essencial para ele.


Concordo com todas as críticas positivas a "O Discurso do Rei". Correspondeu a todas as expectativas. As interpretações de Colin Firth e Geoffrey Rush são... dignas de Oscar. E é o filme em que aposto para levar a estatueta.

1º - A Origem

Sinopse: É uma história de sonhos, onde existem sonhos dentro de outros sonhos. Impossível explicar em 140 caracteres.


Como já disse antes, apesar dessa indicação, foi injustiçado nas premiações individuais. Até por isso, acho que está longe de vencer, mas tem a minha torcida. Foi, talvez até de todos que já vi na vida, o filme que mais me fez pensar depois que eu terminei de assistir. Eu sei que tem gente que não gostou exatamente por isso, por ser perturbador, mas a ideia (louca) de "A Origem" me agradou.

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Bom, é isso. Se quiserem um especial feito por alguém que está mais familiarizado com cinema, recomendo o que a Fernanda fez essa semana. Vale a pena.


PS: Foi só porque eu resolvi assistir tudo, ou a lista de indicados desse ano é bem melhor que a do ano passado? Tenho a impressão de que a safra 2011 foi muito melhor.


PS(2): Não comentei nada sobre injustiças com "Harry Potter" porque os filmes sequer são unanimidade entre os fãs. Eu mesmo não sou um grande fã deles. Ainda assim, do alto da minha ignorância, acho que já mereceu pelo menos alguns prêmios individuais. Pelo que eu sei, nunca recebeu nem indicações além das categorias "blablablá".

PS(3 - juro que é o último): Reconheçam, eu sou o rei das "tweetnopses" (gostei, vou até patentear).

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Parada: Paraguai

No ano passado, eu e meu amigo Blanka, também conhecido como Vinícius, fizemos uma reportagem sobre os sacoleiros em Ciudad del Este, no Paraguai. Os bastidores desse trabalho eu contei há alguns meses aqui no blog (se ainda não leu, aqui está a 1ª parte, que tem os links para as demais). Mas não havia publicado ainda o produto final da viagem, que vocês podem ver abaixo, clicando nas imagens para ampliar (pra quem acha melhor, disponibilizei o arquivo em PDF no 4shared).




segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Parada obrigatória

Hoje, Ronaldo parou de jogar futebol. O cara que foi simplesmente o maior artilheiro da história das Copas do Mundo está deixando de lado sua maior paixão, e isso não é pouca coisa. Eu sei muito bem, mesmo que de uma fração do que o Ronaldo sabe, que não é pouca coisa, e que o dia de hoje deve ser lembrado pra sempre.

Estava na cara que ele não aguentava mais. Só não via quem não queria. Até os torcedores do Corinthians já se voltavam contra ele, porque ele já não contribuía mais para o time como contribuía há dois anos. O que o Ronaldo ainda estava fazendo ali? Com toda aquela circunferência, a imagem dele só tendia a piorar. Dar a volta por cima? Ele mostrou que podia. Ele deu a volta por cima, há alguns anos. Não tinha que provar mais nada pra ninguém. Então, nada mais certo do que parar. E tentar resgatar a real imagem dele, que percebi hoje - ainda bem - que ainda está muito viva na memória dos brasileiros.

E, à menção do nome de Ronaldo, que todos se lembrem do dia 30 de junho de 2002, quando, com maestria, o artilheiro venceu o goleiro alemão Oliver Kahn por duas vezes, na final da Copa do Mundo, em Yokohama.


Que, à menção do nome de Ronaldo, venha à cabeça apenas a alegria daquele garoto, com um sorriso no rosto, o indicador levantado e o adversário caído. E que a vida de Ronaldo fora das quatro linhas não mude em nada o que ele fez pelo futebol brasileiro. Porque isso não diz respeito a ninguém além dele e da família dele. Os brasileiros, de hoje em diante, devem se lembrar de Ronaldo - ou Ronaldinho - "apenas" como um jogador brilhante, que faz parte do seleto grupo dos maiores jogadores da história do futebol. Sem exagero nenhum.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Apito final

Essa história começou há mais de 6 anos, e está terminando hoje. Pode ser algo bobo pra maioria de vocês, mas representou muito pra mim. Afinal, uma coisa que durou um terço da minha vida não pode ser insignificante. Não pra mim.

Na verdade mesmo, começou há mais de 12 anos, quando meu irmão resolveu entrar numa escolinha de futebol (aliás, odeio chamar de "escolinha", parece que só aceitam crianças com até 10 anos de idade). Lembro-me muito bem dele e do meu pai sentados na mesa da sala de jantar, examinando um panfleto em que estava escrito "São Paulo Futebol Center". Eu estava do lado, nem gostava de futebol, mas entrei na onda.


- Pai, também quero.

- Mas você é muito pequeno (eu tinha cinco ou seis anos) e blablablá - foi mais ou menos o que ele deve ter me falado.

- Mas eu quero.

No fim, eu entrei, junto com o meu irmão, na escolinha de futebol do São Paulo. Não fazia nada no campo, parava na lateral, coçava a bunda, cutucava o nariz, brincava com o montinho de areia que tinha ali, e nada de jogar bola. O máximo que eu fazia era bater pênalti, porque o professor pedia, e mandava o goleiro deixar a bola entrar. Eu não gostava de ir jogar, essa é a verdade. Tanto que saí de lá pouco tempo depois.
Fomos vice-campeões. Acho que tinham dois times.

Em 2004, já começando a me apaixonar por futebol, eu voltei. E lembro exatamente o dia: quinta-feira, 28 de outubro. Não pelo dia em si, mas pelo dia anterior, em que o Serginho, zagueiro do São Caetano, sofreu uma parada cardiorrespiratória durante um jogo contra o São Paulo, e acabou morrendo. Dessa vez, tudo foi diferente. Nunca deixei de ir a um treino porque não estava com vontade, ao contrário do que eu fazia antes.

Como o São Paulo não apoiava e nem sequer listava a unidade de Taubaté em seu site oficial, a escola mudou, e virou "Meninos da Vila", do Santos, em setembro de 2005. Quando me formei na 8ª série, no fim do ano, pensei que não poderia continuar ali em 2006, por causa do ritmo do Ensino Médio. Mas continuei, e levei numa boa. Quando precisei, mudei de horário. Cheguei a jogar com meninos 5 anos mais novos do que eu. Tudo pra não sair de lá.

Quem vê pensa
No fim de 2008, passei na faculdade, em São Paulo. Então, obviamente, em 2009, eu não poderia continuar a jogar no Santos ("Santos", como sempre chamei, nunca gostei de "Meninos da Vila"). Ou poderia. Cheguei a avisar que iria sair, mas na primeira semana de faculdade, percebi que seria possível continuar a treinar uma vez por semana, no fim da tarde das sextas-feiras. Durante as férias, voltava a treinar mais vezes.

Já em 2010, em outubro ou novembro, fui avisado que o horário da minha turma de sexta-feira seria alterado para 14h30. Continuei no horário antigo até as férias começarem, e concluí que enfim, quando as férias acabassem, seria impossível continuar. Eu, com 18 anos, me senti velho, pela primeira vez. Velho mesmo, a ponto de achar que o dono, os professores e os alunos, quando me viam,  se perguntavam: "o que esse cara ainda faz aqui?" E o sentimento era ainda pior quando alguém ficava sabendo que eu estava na faculdade, e em outra cidade. Dava até pra ouvir o pensamento: "nossa, vai embora". Foi estranho ler comunicados, panfletos, e ver que as categorias mais velhas já eram de 94 (eu sou de 92). Mesmo sabendo que eu só estava ali pra jogar bola, pra me divertir, fazer o que eu gosto.

Fiz gols, perdi gols, suei, corri, andei, viajei... Hoje, ouvi o meu último apito final no Santos. Nunca gostei de apitos finais, porque é o instante em que o jogo termina. É quando eu percebo que um momento que parecia infinito uma ou duas horas antes chegou ao fim. E esse, hoje, foi o pior apito final de todos.


Agradeço a cada aluno que entrou, saiu, até aos que me xingaram... e aos poucos amigos que fiz, ainda que o contato não seja frequente ou a amizade não seja tão forte assim. Agradeço a cada professor: Piorra e Amauri (da época que eu treinava com o meu irmão); Rafael, Marcelo, Wagner, Osvaldo, Lucas, Pablo, Guilherme, Leandro, Michel e Rodrigo (e eu devo ter esquecido de algum). Agradeço aos funcionários, e até ao Vicente, dono da escola, que passou a me importunar pra escrever algumas linhas desde que soube que eu comecei a fazer Jornalismo.

Por fim, um recado pra quem fez gracinha, pra quem acha engraçado eu ter feito "escolinha", por jogar bola e não trabalhar, ou sei lá: eu aproveitei ao máximo essa chance de poder fazer o que eu gosto com frequência. Não iria ficar em casa ou trabalhar, numa tarde de sol ou de chuva, se eu ainda tinha a oportunidade de estar fora dali fazendo uma coisa que eu gosto dez vezes mais. A vida passa rápido demais, e eu estou sentindo isso na pele nesse momento. E agora não posso fazer nada quanto a isso, mas estou satisfeito por ter feito tudo o que pude para aproveitar.

Eu sei o que vão pensar desse texto... que é ridículo lamentar por essas coisas, e tudo mais. Mas, repito, eu estou praticamente me despedindo de um lugar onde passei um terço da minha vida, até agora. O mínimo que eu poderia fazer era escrever sobre ele, e unir, mesmo que por algumas linhas, a minha paixão pelas palavras a um lugar onde eu fui muito feliz.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Skoob: organizando a estante


Como já contei aqui algumas milhões de vezes, adoro ler. E não apenas de ler o livro, eu gosto de guardá-lo, de ter uma estante cheia deles, como tenho no meu quarto.

Confesso que nunca tinha pensado na possibilidade de catalogar e avaliar todos os meus livros, num papel, num arquivo de Word, ou qualquer coisa assim. Ainda bem, porque senão eu faria esse absurdo. E melhor ainda que alguém teve a brilhante ideia de criar uma rede social temática, exclusivamente dedicada aos livros: o Skoob.

Fui apresentado ao Skoob em setembro de 2009, e comecei a procurar todos os livros que lembrava que já tinha lido. Impossível, eu sei, de tantos livros que eu caçava na biblioteca da minha escola, no Ensino Fundamental. Muitos livros pequenos, infantis, mas eu lembrei de vários deles e os procurei. E fui aprendendo a mexer no site, organizando e entupindo a minha estante virtual com os livros que já li ou quero ler, os que eu tenho e os que eu não tenho.

Funciona da seguinte maneira: você procura pelo livro e o adiciona à sua estante, como "lido", "lendo", "relendo", "abandonei" ou "vou ler". Se você tiver o livro, marca a opção "tenho". Se já leu, pode avaliá-lo, atribuindo uma nota de 1 a 5 estrelas. Você pode também selecioná-lo como um de seus livros favoritos, se quer ganhá-lo de presente, trocá-lo, ou se o emprestou.

Imagem meramente ilustrativa

Além de tudo isso, você pode escolher a capa do livro que você tem à sua disposição, porque o número de páginas geralmente varia entre as edições de capas diferentes. E isso influi no seu "histórico de leitura": enquanto você lê o livro, pode dizer em que página está, atribuir uma nota parcial a ele e escrever alguns comentários. E, depois, pode publicar uma resenha (e não precisa ser de 3000 caracteres).
 
"Amigos" e "seguidores" não são exclusividades de Orkut, Facebook e Twitter. Você pode adicionar seus amigos, que provavelmente serão poucos, segui-los, e acompanhar suas atualizações. No perfil de cada um de seus amigos, há uma barra de compatibilidade de leitura, que relaciona sua estante com a deles. Normalmente, a porcentagem é baixa.

Nenhuma das funções do Skoob, no entanto, é mais útil que a de separar os livros que você pretende ler. Não que você realmente vá lê-los, mas ficou difícil dizer "não sei o que ler", e ficou fácil lembrar dos muitos livros que vemos por aí e acabamos esquecendo que desejamos lê-lo, ainda que por um momento.

Quem não dispensa um bom livro com certeza vai gostar do que o Skoob tem a oferecer. É uma ideia simples, mas de uma utilidade impressionante.

PS: Caso você não tenha percebido, "Skoob" é "Books" (acho que você sabe: "livros", em inglês) ao contrário. Se não percebeu, não se sinta estúpido. Eu percebi depois de uns 2 meses.

PS (2): Como eu sei que você vai se cadastrar lá, me adiciona.